CAOS DE LUCIDEZ
CAOS DE LUCIDEZ
O paraíso é aqui na tela do cinema,
O paraíso esta nas frases do poema.
Mas a concordância me deixa tonto,
Sinto o aprendido frisado pelo conto.
Estou confuso com os meus sentimentos
Quero e não quero a todos os momentos.
O não querer é o vôo do suicida da janela
O querer é o algo perdido dentro da cela.
Sei que não quero ter uma algema de gelo
Ao redor de minhas asas que cuido com zelo.
Algemas que impede o vôo calmo e sem fim,
Que transforma anjo alado em lesma ruim.
Quero voltar a conhecer todo o universo,
Com a lava de um vulcão escrever um verso
Impulsionar-me ao sol para me aquecer
E no seu calor jamais ter que adoecer.
Quero ter asas e ser chamado de alado
Brilhar como o sol sem ter que ser rotulado.
Quero descongelar um meteoro de granizo
E no tobogã na tarde rindo apenas deslizo.
Quero ir para onde não use identidade.
Onde eu possa viver no melhor da idade.
Esquecer que voltar terá que ser feito um dia.
Que sou filho de Deus e não uma porcaria.
Quando penso perco a métrica da poesia,
Ela fica igual à imagem no espelho vazia.
A imagem refletida é a minha somatória,
Eu, minha família e os deixados na rotatória.
No caos na minha mente penso no sexo
Nas palavras ditas nos momentos sem nexo
Nas bocas beijadas sem ter promessas seladas.
Do suor lambido e das roupas trocadas.
Saudades do trocar de livros que foram lidos,
Do passeio a tarde sem destinos escolhidos,
De um lanche na cozinha falando bobeira
E rir sem pensar que a vida é uma asneira.
O tempo cobra um preço ingrato,
A expressão já perde para o retrato
O seixo está tão pequeno é areia
E na minha face tenho apenas teia.
Sobra o senhor tempo rindo de bobo
A senilidade me dá paciência de lobo
Fica a idéia de um caos mental harmônico
Como um povo vivendo em PAZ e policrômico.
André Zanarella 18-02-2011