Ontem choveu poesia do meu telhado...
Esta noite choveu poesia sobre o meu telhado.
Na madrugada me vi todo molhado de verso...
É que pela fenda que eu namoro a lua à noite,
pingou gotas de poesia sobre a minha cama.
Esta noite choveu poesia sobre o meu telhado.
Eu fiquei ali na esquina da vida contemplado...
Seria o único ser sobre o qual chovia poesias?
É por culpa da fenda que por vacilo não tapei.
Esta noite choveu poesia sobre o meu telhado.
Por esta chuva nos dorsos senti-me virtuoso...
Extasiado de versos pude ainda curtir o luar,
que vez ou outra faz brilhar o chão do quarto.
Esta noite choveu poesia sobre o meu telhado.
E eu na cama banhado de poesia renasci vinte
anos. Somente depois foi que eu entendi, que
Deus do céu fizera um show e choveu poesia.
E, de lambuja, quase perpetrou um novo poeta!