A VIDA POR UM FIO
Morro um pouco mais
Sem teu sorriso lindo
Sem teu colo macio
Sem teus olhos infinitos
Sem tuas mãos pássaros que me pousam
Morro um pouquinho mais
Quando me dou de menos criativo
Quando idéias boas não passam no crivo
Quando não escrevo
Quando me sinto escravo cativo
Quando ao cemitério levo cravos furtivos
Morro um “poquito” mais
Quando fico por trás da mentira
Quando não há partitura na partilha
Quando todos rezam na mesma cartilha
Quando maltratam animais e o abandonam na trilha...
É por que não vemos com clareza
Mais nossas vidas tênues
Estão presas a um fio invisível aos olhos
Um cordãozinho sutil nos
Prende aqui nesta subestação terra
Um pouco de pão que doamos
Todos os dias faz um bem danado
Ao coração pelo sangue bombeado.
“Antes que se rompa o fio de prata
E se despedace o copo de ouro
E se quebre o cântaro junto à Fonte
E se desfaça a roda junto ao poço”
(Eclesiastes 12, 6)