VENDAVAL

Eu me cerco de minhas circunstâncias nada poéticas

Para esquecer-me de palavras proféticas

E faço ouvido mouco

Ao muito e também ao pouco

Entro na jaula e sou o meu próprio domador

Estalo o chicote no lombo do animal feroz

Inimigo atroz

Eu me cerco de cuidados e prefiro surdos os ouvidos

Para esquecer-me de minha poesia e de seus motivos

E eles retornam como um vendaval

taniameneses
Enviado por taniameneses em 23/04/2011
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