VENDAVAL
Eu me cerco de minhas circunstâncias nada poéticas
Para esquecer-me de palavras proféticas
E faço ouvido mouco
Ao muito e também ao pouco
Entro na jaula e sou o meu próprio domador
Estalo o chicote no lombo do animal feroz
Inimigo atroz
Eu me cerco de cuidados e prefiro surdos os ouvidos
Para esquecer-me de minha poesia e de seus motivos
E eles retornam como um vendaval