Cores
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Adoro o viço da cor vermelha tão profundamente...
Que tudo o que tem esse tom deveras me apraz!
E que a fantasia, o mistério e o terror da luz negra,
reflita em mim toda a dignidade que o luxo traz!
Ah, mas o branco, a límpida pureza; a calma, a leveza...
Sorve de mim, a cada dia, a inocência tátil do bom rapaz.
Vida cinza – sopro de vida que se resumirá a cinzas!
Vida: gangorra entre o sucesso e a modal depressão?
Mas é o verdor da mesma vida, em sua pujança fugaz,
que me simboliza como homem, viril e pertinaz: sagaz.
Meu luxo, o amarelo-oiro, não tem tanto brilho real;
e minha maçã é laranja, de sonhos e ideias em movimento.
E que do céu, do azul infindo d’onde brota o firmamento,
surja o arco-íris de cores que me banham sem nenhum mal.
Crato-CE, 23 de abril de 2011.