É tão longe o meu chão
É tão longe o meu chão
Angelo Sansivieri
No meu chão,
vive uma dádiva
em forma de esplendor,
como toda e qualquer agreste,
se veste do amor.
Fica lá tão longe,
encravada nos rochedos,
aonde o pôr- do- sol,
encontra o céu e a terra,
e o tempo faz morada.
Lá não existem lágrimas,
na descida do lago,
coberta da flor do campo,
a lua namora as estrelas,
enquanto o vento beija a relva.
Estou pensando em voltar, pra lá,
socar pilão, moer a cana,
ver o meu chão que tanto chama,
uma saudade tão longe,
que talvez não dê tempo.
Afinar as cordas do meu violão,
no fim das tardes mansas,
olhando para o céu,
e, te vendo Anjo.
Não gosto da selva de pedra,
aqui o sentimento não tem sentido,
meus passos se perdem no meio do nada,
minha sombra não mais reflete
aquilo que um dia eu plantei.
É tão longe, tão distante,
ver o passado se perder no presente,
quando no futuro,
todo meu presente,
já terá sido passado.