A escola e a sua Patrona Cora

(Texto de inauguração da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Cora Coralina) em abril de 2006. Pretendeu-se estabelecer relações da poeta com a escola em questão:

A poeta Cora compôs no seu destino

O destino da escola, desatino...

Cora nascida, sofrida, mulher, dignidade

Escola na rotina ... contemporaneidade...

A poeta: discreta, sabida, moça, velha, reflexão

A escola: seus conflitos, suas verdades, contradição...

Na grandiosidade de Cora

Há coisas da escola

Das mãos rudes e deformadas de Cora, doceira, lavadeira, discreta

Surgiu mulher nova, heroína, poeta...

Da angústia do seu povo Cora era porta voz

A escola no seu dia a dia: desata nós, faz nós, desata nós, faz nós...

Desata

A literata, concreta, abstrata...

A Cora sábia, humana

A escola, inteligente, insana...

A poeta para o povo exigia dignidade

A escola é o povo, representante da humanidade...

O povo e sua dor estão na poesia inflamada de Cora

o povo e sua dor estão na poesia da escola...

No chão da Cora, poeta, tinha roça, terra, descompassos

No chão da escola, tanta vida nesses mil e tantos passos...

Vejam bem: a Poeta, a escola, tem estreita relação

Antiga Cora Pequena

Agora imensidão

Vejam bem a semelhança

Uma não desiste

A outra esperança

I.C.R, 08.04.06

Isabel Cristina Rodrigues
Enviado por Isabel Cristina Rodrigues em 23/04/2011
Reeditado em 23/04/2011
Código do texto: T2925610