A escola e a sua Patrona Cora
(Texto de inauguração da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Cora Coralina) em abril de 2006. Pretendeu-se estabelecer relações da poeta com a escola em questão:
A poeta Cora compôs no seu destino
O destino da escola, desatino...
Cora nascida, sofrida, mulher, dignidade
Escola na rotina ... contemporaneidade...
A poeta: discreta, sabida, moça, velha, reflexão
A escola: seus conflitos, suas verdades, contradição...
Na grandiosidade de Cora
Há coisas da escola
Das mãos rudes e deformadas de Cora, doceira, lavadeira, discreta
Surgiu mulher nova, heroína, poeta...
Da angústia do seu povo Cora era porta voz
A escola no seu dia a dia: desata nós, faz nós, desata nós, faz nós...
Desata
A literata, concreta, abstrata...
A Cora sábia, humana
A escola, inteligente, insana...
A poeta para o povo exigia dignidade
A escola é o povo, representante da humanidade...
O povo e sua dor estão na poesia inflamada de Cora
o povo e sua dor estão na poesia da escola...
No chão da Cora, poeta, tinha roça, terra, descompassos
No chão da escola, tanta vida nesses mil e tantos passos...
Vejam bem: a Poeta, a escola, tem estreita relação
Antiga Cora Pequena
Agora imensidão
Vejam bem a semelhança
Uma não desiste
A outra esperança
I.C.R, 08.04.06