DESVARIO
Me deixaste vítima do mal entendido
E num desvario esteve a minh´alma,
Agora já enveredada nesta distância,
A tormenta passa e logo vem a calma.
Foi tão brusca e rude esta separação
Que não pude nem sentir o adeus,
Lutuosa e lúgubre ficou minh´alcova
Por não mais sentir os beijos teus.
Eu me derramei em infinitos versos,
Esta foi minha maior sublimação,
Passei horas e longas noites a cismar,
Sem entender aonde foi a ilusão.
E tudo para mim se tornara flores
Como num jardim a doce primavera
O sonho de ver-te ao meu lado
Foi-se embora depois de longa espera.
As manhãs já não tinham o clarão
Que despertava os pássaros divinos
De todas as árvores cantantes,
Já não cantam mais sem desafinos.
E o vazio vem ocupando o tédio,
O ócio da ocupação do nada,
Horas a cismar, uso do tempo,
Sem ver o fulgor da minha namorada.
(YEHORAM)