DESVARIO

Me deixaste vítima do mal entendido

E num desvario esteve a minh´alma,

Agora já enveredada nesta distância,

A tormenta passa e logo vem a calma.

Foi tão brusca e rude esta separação

Que não pude nem sentir o adeus,

Lutuosa e lúgubre ficou minh´alcova

Por não mais sentir os beijos teus.

Eu me derramei em infinitos versos,

Esta foi minha maior sublimação,

Passei horas e longas noites a cismar,

Sem entender aonde foi a ilusão.

E tudo para mim se tornara flores

Como num jardim a doce primavera

O sonho de ver-te ao meu lado

Foi-se embora depois de longa espera.

As manhãs já não tinham o clarão

Que despertava os pássaros divinos

De todas as árvores cantantes,

Já não cantam mais sem desafinos.

E o vazio vem ocupando o tédio,

O ócio da ocupação do nada,

Horas a cismar, uso do tempo,

Sem ver o fulgor da minha namorada.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 23/04/2011
Reeditado em 06/09/2011
Código do texto: T2925224
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