MAS CONTIVE MINHA MÃO

Nas minhas mãos, o laço:

o boi corre no curral,

desesperadamente.

Os homens céleres passam

pelos caminhos,

desesperadamente.

À frente o vazio espera a

absolvição da massa,

e abre os braços ao encontro

triunfal.

Mas contive minha mão.

Deixei-o a observar o troféu

de sua fúria abismal.

Os bois voltaram a pastar,

livremente

enquanto os homens constroem

suas prisões divinais,

livremente.

(obs.:poema publicado no Livro Assim se Fez).

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 22/04/2011
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