MINHA PAIXÃO POR CRISTO
Jesus: digo-lhe já fostes menino
No colo de Maria
Ela te amamentou
Ela deu seu leite humano
Educou-te e amou-te
Escutou-te, lapidou-te
Junto a teu pai que te aceitou
Sem de Maria duvidar
Conjugando o verbo amar
Sempre em primeira pessoa
Como o senhor sempre dizia
Com seu verbo afinado
No indicativo do presente
Ela te carregou como qualquer outra mãe
Nove meses passastes em seu ventre
E ninguém conseguiu tocar a ambos
Porque Maria se persignava
Tão perseguidos em meio a terra
E seus eternos perseguidores
E eis que nasces sob a tutela dos céus
Crescestes e não teve outro jeito
Teus conhecimentos rasgaram o véu
Tal qual a placenta de Maria tua mãe
E nela estavas imerso no espírito santo divino
Crescestes em conhecimento
E quanto mais sabias
Tanto o mais te perseguiam
Vias o supremo bem que nunca viam
Não te calavas pra ninguém
Ias e estavas muito mais além
Do que vermes rastejantes e suas corjas
A se esconderem atrás do falso poder
Puramente egóicos para seu bel prazer.
O vento gemia em tua entranha
Diante da cúpula armada e inflamada
Como corpos desalmados...
Queriam tua boca calar diante da verdade
Que costumeiramente falavas por liberalidade
Adentravas espaços de serpentes
Em cuja peçonha se alastrava
No templo dos vendilhões
Mais o arquiteto não perderia a peleja
No deserto tua garganta como faca cortante
Não secava e sequer dissecava ofensas...
Mais legiões do mal chegavam e te ofereciam
Manás, ouro e poder, mais persistiram
Diante do céu vermelho, jamais duvidastes
Do pai. E seguistes em frente persistente
Jejuastes e teu conhecimento fortaleceu-se muito mais
E quanto mais forte tú te tornava
E em preces cantavas teus sermões, amavas
Sempre visando o bem pros justos de coração...
Entrastes no covil adrede
E sentistes como ali tudo fede
Até que o dinheiro que nada impede
Diante de tua última ceia
O beijo vendido pra seres o cordeiro imolado
Que preço vil trinta moedas corrompidas achacoalhado
Como leite coalhado azedando na matriz dos indigitados
Corrupção maldita labirinto sem saída
Era-te oferecido de bandeja um ser trocado pela traição
Por um bandido Barrabás, como o fazem até hoje na prisão
Diante da corrupção desenfreada...
Estenderam-te em bandeja de prata
Aos arautos do rei de Roma
Que diante da tortura e do suplício
Coroaram-te rei com espinhos
E vistes que estavas sozinho
Como um menino sem sua Maria
Te achibataram, te vilipendiaram
Julgaram-te culpado
E fostes crucificado em vis lisonjas
Na cruz até expirares de volta pro pai...
Só que a surpresa era exatamente esta
A cruz seria a letra inserida no alfabeto
Dos descrentes analfabetos e seria conhecida como
O “T” da Transformação, da Transmigração da alma
Porque jamais serias morto e sim ressuscitado
Pra sempre em nossos corações de pedra.
E tuas feridas se transformaram em rosas abertas
Deixando sempre o hálito de teu perfume
Por onde quer estejas passando
A exalas por que todos fazemos parte de tua divindade
Independentemente de que crer ou não
Cada qual tem sua prisão pra escolher
Eis o momento glorioso de tua paixão
Meu Cristo amado... Foi bom conversar com o Senhor
Tu sempre estarás conosco seja onde for
Em que circunstância estiver sempre se abre esta flor
Diante de Deus e diante de outra flor
Chamada Maria sempre nos dirás com maestria
EU ESTOU AQUI!
(Christum pax)