Cheia
Como Matrona
da Renascença,
segue opulenta
essa Lua Cheia
que o proibido
cerceia
e todo mistério
clareia.
Quantos amores
tu revelará?
Quantas juras
se fará?
Lua gitana
nessa América
pós Ibérica,
que canta
a negra dor
entre a luxúria
de tanta cor.
Quais amantes
tu já viu,
Dama de Plata?
A quantos Homens
tu serviu
menina de lata?
Noite clara
na rara
semi-paz,
dos Homens
irreais.
Dormem os anjos
sonhando serem
arcanjos.
E as sofridas mulheres,
com outros arranjos.
De tudo se vê
Lua Cheia.
E tudo se ouve
nessa pensão
de parede-e-meia,
que vadia
vagueia
como Santa sem Graça,
ou virgem devassa,
sem dono,
sem raça.