OS OLHOS DO CAMINHEIRO
Guida Linhares
 
Ah! Se falassem estes olhos
do caminheiro que os carrega,
desceria em penca de abrolhos,
a tristeza que seu coração encerra
 
Mas lá vai ele seguindo na fé,
como Deus quer, como tem que ser.
Jamais caminha em marcha de ré,
segue em frente. Ele é só bem querer
 
E na hora do merecido descanso,
tira do alforje a lira venerada.
Dedilha então em suave remanso,
versos cantantes à doce amada.
 
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