ENTRA! HÁ SAL NAS ESTRELAS?

Estou disponível como uma fruta

Sobre a mesa, como sobremesa

Me pegas me cheiras me apertas

Sentes se estou maduro pra tua prêsa

E me cravas os dentes entrincheirados

De venenos que me ofereces

Entorpecidos pelo fenômeno da quase-morte...

Me seguras ávida com tuas mãos de rapina

Sagradas como que se roubasses

Todos os meus parcos sentidos

Fechando-se em oração alheia

Líquidos batismais escorrem

Renasço de novo!

Na corrente de tua boca que serpenteia

Salivando de amores como a dar o bote

Nos retentores de meus sabores

Sinto que te refazes...

Em meus cobertores musculares

Dreno minha carga adrenérgica

E vivo por que oras e te afloras

Em minha pulsação cardíaca, agora ligeira

No proceloso mar das horas

Eu te amo meu amor!

Pela cruz do redentor

Que nos liberta pelo seu clamor

A minha porta está aberta

Ela tem cor magenta

Entra... Se não a noite se afugenta

E cansa o que não se alcança

Neste rio audaz e de águas sedentas

Entra que tua boca sairá com o sabor

Da passageira correnteza, porém marcante

Sabor da gelada menta

Que derreterei no leito de teu céu astral

Macio de tua fenda bucolabial

Há sal nas estrelas?

Se há não comentas com ninguém!