Paranóia
Eu procuro me esconder
Fazer-me invisível
Mas uma força me persegue
Se deito e me cubro
Uma rajada de vento
Invade meu quarto
Levando meu corpo
Pra onde eu nunca quis ir
Em silêncio parada
Tento ser indiferente
Mas me espeta e fere
A voz que me chama
Não vejo rosto
Não escuto os passos
Percebo as pegadas
Que se dirigem a mim
Quanto mais estranho
Mais me abala
Parece tortura
Parece loucura
Ainda assim
Não me sinto mal
Só quero entender
Por que e pra que
Insiste em mim
Seria eu mesma
Ou um engano
Por mais que me esconda
Ainda ouço assoprar
No meu ouvido
Palavras misturadas
Coisas sem sentido