Paranóia

Eu procuro me esconder

Fazer-me invisível

Mas uma força me persegue

Se deito e me cubro

Uma rajada de vento

Invade meu quarto

Levando meu corpo

Pra onde eu nunca quis ir

Em silêncio parada

Tento ser indiferente

Mas me espeta e fere

A voz que me chama

Não vejo rosto

Não escuto os passos

Percebo as pegadas

Que se dirigem a mim

Quanto mais estranho

Mais me abala

Parece tortura

Parece loucura

Ainda assim

Não me sinto mal

Só quero entender

Por que e pra que

Insiste em mim

Seria eu mesma

Ou um engano

Por mais que me esconda

Ainda ouço assoprar

No meu ouvido

Palavras misturadas

Coisas sem sentido

Leila Sales Rosolem
Enviado por Leila Sales Rosolem em 20/04/2011
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