Surpreender-me!
Pouco, me faz sentir, um sentimento inesperado.
Pouco, me surpreendo, pareço ser vacinado.
São pouca, as vezes que tremo,
Parece que sou imune a veneno.
Sou mesmo um pobre, me falta sensibilidade
Quem sou? Um menino, um velho ou homem de meia idade?
Se não me surpreendo, é porque conheço o medo, ou me detenho na minha ingenuidade.
Mas parece brincadeira, nem parece que é verdade.
Não me surpreendes!
Não me enchas
São seus olhos que me prendem
Não sinta pena, me dê liberdade
O que machuca, não é a ausência da surpresa.
É a certeza do amor, que corroi o peito e que tanto maltrata
Aguardo o dia, em que hei de surpreender-me, o dia da minha surpresa,
Será este o dia, em que, vou perceber, que não mais te amo, ó doce menina, ingrata.