PAUSA PARA CONTEMPLAÇÃO
" Não falarei,não pensarei em nada sequer."
Arthur Rimbaud
Eis-me aqui: Inteira e entregue
A todas as insignificâncias
Que me interessam.
Não me importa o tempo.
Deixe que passe (contanto que suas passadas
sejam mínimas se comparadas as minhas).
Páro para o silêncio
E as batidas dos galhos na minha janela
Solfejam deliciosas melodias.
Hoje não quero pensar.
Sentir já me basta...
Páro...
Os auto-falantes carregam em si
Amaríssimas vibrações que trazem consigo
O Tudo e o Nada permeando a
I-M-E-N-S-I-D-A-D-E...
Quero sentí-las nos meus dedos;
ao primeiro toque o mundo treme nas minhas mãos.
Só por hoje quero seguir assim.
Amanhã a "normalidade" será minha ventura.
Todos retomarão as suas funções e suas vidas idiotas:
Trabalhadores laborarão como se fossem máquinas,
Vozes calarão como se não mais houvessem bocas
E eu serei feliz...
Como se fosse possível.
Jaboatão dos Guararapes, madrugada de 15/11/06