TRAQUINAGENS
®Lílian Maial

 
 
 
 
 
Um quê de magia na manhã que se despe de orvalho
afronta de azuis e dourados
desafio com o rabo dos óbvios
sua e fustiga
desobediente e levada.
 
Cai a tarde de joelhos
ora por nós
longos salmos de horizonte
prega folhas secas entre os homens de boa voragem
mistério e murmúrio poente.
 
A noite estende o lençol de silêncio
sobre o concreto da cidade
cala telefones
inibe monitores.
Estrelas mensageiras piscam namoros
com o absurdo dos traçantes
avermelhando o laser dos meninos da porta ao lado.
 
A madrugada defenestra a preguiça
voo pesado rumo à aurora.
Aves vadias invadem velhas árvores,
algazarra de zunidos e cantos e asas e folhas.
 
Ah! O dia fica de castigo.
 
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