Quando eu faço ou desfaço os versos...

Sonho, toda vez que eu faço um verso pra dormir

e em cada estrofe dele eu ponho um anjo acordado,

até que um poema feito vire um céu e nele eu o declame.

Minha vida possui as cores de uma alegre rima,

como se ela cadenciasse meu olhar e eu fosse outro anjo fora do céu e me olhando...

Vivo à mercê da poesia e tudo em mim vira poema quando eu canto.

Meu pranto chega a sorrir quando dele eu retiro os versos.

Resta-me agradecer à vida e continuar sentindo a alegria em um choro

e a felicidade ao discernir o que é meu dentro de um verso e o que nele é do mundo.

Por isso eu amo amar a vida e recriar meus sentimentos,

porque tudo é festa dentro de mim quando algum gozo me visita

e deixa-me sonhar no que acredito e a sentir o que eu desejo.

Quando eu me acordo e não há nenhum verso feito, eu teço uma outra alma,

levanto-me e saio de casa,

como se procurasse um outro encanto fora da alma.