CÁLICE DERRAMADO

Quero a grandeza de saber sorrir

Em meio aos dissabores, em no éter se deixar ir

Provar dos favos e dos favores aurir

Existir é trocar reminiscências humanas

É não resistir em cânulas

Ao eclodir da prêsa insana

Ao incinerar da pressa mundana

Estender a mão no momento preciso

É o tempo em que cicatrizo

Um sabre, nem que seja pelo verbo

Exacerbo e esmiúço o conteúdo

De vasos vazios enxertados de letras vazias

Embrulhamos pra presente os dias

O que temos por trás, pra frente anoiteceu

É tênue a linha que permeia o contratempo

É conciso o contrato que temos com a vida

A quem pertenceu, é rapto

Não há escolha é como bolha de sabão

No meio do deserto

Recoberto de cactos.