A OUTRA MARGEM É VAZIA
Até o amargo provar sem a outra margem alcançar
Ser anzol sem isca e afundar-se na garganta do peixe
De sangue sujar-se e com as mãos limpas retornar
Ver a baleia ondear e suspirar jato de cristais
E o arco íris desfilar até a ponta do iceberg
Onde um mago contempla o lado sem vida da vida
E a viva ilusão de em algum lugar chegar
Um paraíso, um oásis, um monte santo,
Um vale de primícias e luvas de pelica
Em gestos longos de carícias