Letras sozinhas não formam palavras
Instrumentos perfeitos
Contemplados pelos alienados
Vizinhos festejam
A vitória de uma derrota
Um pouco confuso
Existe o que olha escondido
No seu canto chora
O outro recebe um beijo
Um aperto de mão
Afagam cabeças inocentes
Amanhã quem se lembra?
Rastejando caminham
O prato está no chão
Risadas absurdas
Passeando cruzando fronteiras
O chão molhado
E a casa sem telhas
Letras sozinhas não formam palavras
Sem sentido sem sonhos
Um dedo por um pouco de água
Um pé para uma bola
Um copo para o álcool
Um olhar angustiado
Para o filho que chora