Letras sozinhas não formam palavras

Instrumentos perfeitos

Contemplados pelos alienados

Vizinhos festejam

A vitória de uma derrota

Um pouco confuso

Existe o que olha escondido

No seu canto chora

O outro recebe um beijo

Um aperto de mão

Afagam cabeças inocentes

Amanhã quem se lembra?

Rastejando caminham

O prato está no chão

Risadas absurdas

Passeando cruzando fronteiras

O chão molhado

E a casa sem telhas

Letras sozinhas não formam palavras

Sem sentido sem sonhos

Um dedo por um pouco de água

Um pé para uma bola

Um copo para o álcool

Um olhar angustiado

Para o filho que chora

Leila Sales Rosolem
Enviado por Leila Sales Rosolem em 19/04/2011
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