((((:::Solidão Imperfeita:::)))

Toda essa honrada esperança

Ruirá na ardósia do tempo,

E destroçará o inverno

Que vocifera a teus pés.

Se bem que ardam os altares apaixonantes,

Todas as noites me sinto

igual aos desconhecidos.

Fico em mim, fora do corpo

Seguro a vida por desespero.

Adulta é a noite no corpo azul.

A claridade - Reflexos coloridos.

Amei o amor. Amei-te mas não eras tu

porém o fim dessa estrada sem fim.

Íntimo rumor do mundo.

Era uma rosa encarnada

aberta nesse momento.

Era uma boca fechada

sob a mordaça de um lenço.

Era afinal quase nada,

e tudo parecia imenso!

a casa perdida

no meio do vendaval;

imensa, a linha da vida

no seu desenho mortal;

imensa, na despedida,

a certeza do final.

Era uma haste inclinada

sob o capricho do vento.

Era a minh'alma, dobrada,

dentro do teu pensamento.

Era afinal quase nada,

e tudo parecia imenso!

Imensa, a luz proibida, a voz diluída

além do bem e do mal;

imensa, por toda a vida,

minha descrença total!

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 19/04/2011
Código do texto: T2918737
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