Palavra por palavra eu derrubaria
Restariam escombros do que diria
Do que edificou alguma poesia
Até restar somente todo o pó
De alguma saudade tão tardia
Do que soube tanto sentir só
Até padecer de alicerces
Até carecer de sustentação
Todo o lirismo que construo
Eu recolho aqui do chão...

E não quero construir mais nada
Tudo que nasce há que se destruir
A palavra que trago derrubada
É minha dor de não saber ruir
Quero essa poesia enfim calada
Não dizer o que nem sei mais sentir
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 18/04/2011
Reeditado em 26/05/2021
Código do texto: T2917258
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