Halo fúnebre
Sepultei meu macabro sorriso
No hálito da morte que me condena
Os versos que amei, se for preciso
Queimo para que descanse serena
No auge da minha loucura devassa
Ousei poetar meu pobre bafio
De dores mofadas da velha carcaça
Frente ao descaso, como desafio
O canto desprezível descerá à cova
Nos lábios que o cuspiram em vida
Como repúdio a toda prova
Ninguém para carpir a despedida
E para selar a morada nova
Na lápide uma prosa sentida