HYPUPIARA
Cidade primeira em lenda corriqueira
Na calada de muitas noites de luar
Uma apaixonada Irecê namora Andirá
Na praia da vila, ao pé da zamboeira
Em fugas noturnas sempre a espreitar
A velha feiticeira ficava a aconselhar:
“Cuidado com a zanga do amo Baltazar
E tema o castigo que bafeja pelo mar!”
Numa noite quieta de vento brando
Soprado lá da Ponta da Capetuba
Repercutiu dois urros pavorosos
Era a fera Curupira a se anunciar
A canoa do amado, vazia a bailar
Fez a índia escrava gritar pelo amor
E o monstro marinho a se avolumar
A vila em peso, horrorizada, acordou
O nobre Baltazar foi à fera, enfrentar
E com uma firme e certeira estocada
Fez o bicho-monstro em dor, agonizar
Enfim, foi vingado o pobre do Andirá