CLAUSTRO INTERIOR

Mediador das noções básicas e irracionais

Numa época de crise no Claustro emocional

Excluído das façanhas bem sucedidas e normais

Não detentor do poder apócrifo paranormal

Vislumbrando os restos mortais nas estantes

Vivendo aprisionado nos labirintos dos instantes

Perseguido pelas forças armadas da segurança nacional.

Expulso politicamente das esferas das decisões

Anônimo nas listas provedoras da lembrança

Analfabeto nos entendimentos reais das ilusões

Grudado ao último fio de elo com a esperança

O físico sofrendo percentuais abaixo da mente

Teorias não consideradas no mundo presente

Exausto pelo insucesso de encontrar a semelhança.

Claustro sagrado que faz um velho corpo rejuvenescer

Migalhas conseqüentes dos amores irresponsáveis

Força estranha que proporciona o mágico renascer

Nas situações que outrora eram praticamente improváveis

Mecanicamente construídas sobre torres elevatórias

Que conserva os caminhos restritos das histórias

Ocultas e presas sob códigos antigos e indecifráveis.

Sobrevivendo sob o efeito das ações praticadas

Vencendo cada luta como fosse a última batalha

Reescrevendo as normas que haviam sido colocadas

Sob a repressão conquistada na lâmina da navalha

Submetendo o medo a prova do negro cotidiano

Sugando os resíduos do saber eternamente mediano

Depositado como líquido de escarro numa podre calha.

Uma poesia bailando na mente servindo de amém

Respondendo aos desejos contidos no coração

Degustando os sentimentos que a paixão contém

O corpo feminino servindo de deusa para adoração

Desvendando os entraves contidos nos segredos

Exterminando da mente os poderes dos medos

Vencidos através da fé pronunciada numa oração.

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 18/04/2011
Código do texto: T2915764
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