CLAUSTRO INTERIOR
Mediador das noções básicas e irracionais
Numa época de crise no Claustro emocional
Excluído das façanhas bem sucedidas e normais
Não detentor do poder apócrifo paranormal
Vislumbrando os restos mortais nas estantes
Vivendo aprisionado nos labirintos dos instantes
Perseguido pelas forças armadas da segurança nacional.
Expulso politicamente das esferas das decisões
Anônimo nas listas provedoras da lembrança
Analfabeto nos entendimentos reais das ilusões
Grudado ao último fio de elo com a esperança
O físico sofrendo percentuais abaixo da mente
Teorias não consideradas no mundo presente
Exausto pelo insucesso de encontrar a semelhança.
Claustro sagrado que faz um velho corpo rejuvenescer
Migalhas conseqüentes dos amores irresponsáveis
Força estranha que proporciona o mágico renascer
Nas situações que outrora eram praticamente improváveis
Mecanicamente construídas sobre torres elevatórias
Que conserva os caminhos restritos das histórias
Ocultas e presas sob códigos antigos e indecifráveis.
Sobrevivendo sob o efeito das ações praticadas
Vencendo cada luta como fosse a última batalha
Reescrevendo as normas que haviam sido colocadas
Sob a repressão conquistada na lâmina da navalha
Submetendo o medo a prova do negro cotidiano
Sugando os resíduos do saber eternamente mediano
Depositado como líquido de escarro numa podre calha.
Uma poesia bailando na mente servindo de amém
Respondendo aos desejos contidos no coração
Degustando os sentimentos que a paixão contém
O corpo feminino servindo de deusa para adoração
Desvendando os entraves contidos nos segredos
Exterminando da mente os poderes dos medos
Vencidos através da fé pronunciada numa oração.