BINÓCULOS
revolveres carregados
apontados para a minha
cabeça.
sempre na beira do abismo;
brincando.
trocando de pé
e me equilibrando no vento.
sem medo da dor.
mais dor como?
impossível.
brincando com facas
e crianças.
roubando doces,
esperando;
as formigas logo
virão saborear.
vou compartilhar,
qual é o problema?
sem compaixão.
nunca,
em nenhum momento
esboçaram por mim.
sem óculos,
sem olhos,
atravesso a rua perdido.
não é loucura
é medo.