PROFECIA
Profecia.
Guel Brasil
E eis que vi uma multidão
De pessoas caminhando,
Todas de cabeças baixas
Pareciam estar chorando.
Via-me no meio delas,
Mas eu estava sorrindo
Não vi mestre, nem pastores,
Só via pessoas seguindo.
A estrada era interminável
Isso eu pude perceber;
Se era dia ou se era noite
Não dava para saber.
A luz que ali existia,
Não era lua, nem sol!
Era uma luz ofuscante,
Como se fosse um farol.
A passos lentos seguiam
Por aquela longa estrada,
Foi quando ouvi um barulho
Como estouro de boiada.
Então apressei meus passos,
Pra descobrir o que era
E eis que vi entre nuvens,
Um monstro, uma besta fera.
Vi que a multidão parou
Só de um lado da estrada,
E de joelhos rezavam
Pra continuar a jornada.
E a besta fera rugindo,
Como ronco de mil trovões
O corpo era de serpentes,
Com cabeças de leões.
Vi que suas mãos enormes
Seguravam sem cansar;
Uma sustentava o sol
E outra sustentava o mar.
Vi que o sol era sem brilho,
E o mar estava parado;
Um enorme bloco de gelo,
Por uma mão sustentado.
Tudo num espaço de tempo,
Entre mil anos, e um dia;
Mas ninguém estava velho,
E choravam de alegria.
Quando vi que uma das feras
Com cabeça de leão,
Levantou a sua calda
E nela eu vi um ferrão.
Era um ferrão que feria,
Qualquer que nele tocasse
Morria em gritos de dores,
Eu não vi um que escapasse.
Porem a fera segunda
Tinha um livro em suas mãos,
Com muitos nomes escritos
De fariseus e cristãos.
Enquanto uma das feras,
Matava sem piedade
A outra ressuscitava,
Sem escolher a idade.
E eu estava no caminho
Da fera que destruía,
Todos já tinham passado
E eu sozinho seguia.
Eu tentei chegar mais perto,
Da fera destruidora
Foi quando eu a vi fugindo,
Com uma ira esmagadora.
O que tinha pela frente
Essa fera derrubava,
Enquanto a fera do bem
Com calma tudo anotava.
Perdi a noção do tempo
E não sabia onde estava;
Queria seguir em frente,
Meu juízo não deixava.
Foi quando ouvi um barulho
Do mundo se acabando,
Era meu despertador
Desta visão me acordando.
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