(((((:::ESPELHO D'ALMA:::)))))
Eis a pátria do relâmpago e da lágrima,
um silêncio que fala em oculta castidade
topázios ímpios como a digna verdade,
tempestades sem vento, qualquer imparcialidade
Outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro
ouro, que a noite me contou nas mãos dum mar sem ondas,
pássaro preso, a alma contorcida pelo desejo
são estas as douradas feras adormecidas, tão insaciáveis....!
E atravessada pelo gelo invernoso das tais fontes
saltei espaços, vaguei pelos lugares da eternidade
tateando cesta de frutos de fogo, essa vontade que alimenta,
espelhos deste mundo, portas do além, que nada se ausenta
pulsação quase tranquila do mar ao meio-dia,
meu universo que estremece hora por hora,
numa paisagem solitária em que me debruço sobre teu olhar.