(((((:::ESPELHO D'ALMA:::)))))

Eis a pátria do relâmpago e da lágrima,

um silêncio que fala em oculta castidade

topázios ímpios como a digna verdade,

tempestades sem vento, qualquer imparcialidade

Outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro

ouro, que a noite me contou nas mãos dum mar sem ondas,

pássaro preso, a alma contorcida pelo desejo

são estas as douradas feras adormecidas, tão insaciáveis....!

E atravessada pelo gelo invernoso das tais fontes

saltei espaços, vaguei pelos lugares da eternidade

tateando cesta de frutos de fogo, essa vontade que alimenta,

espelhos deste mundo, portas do além, que nada se ausenta

pulsação quase tranquila do mar ao meio-dia,

meu universo que estremece hora por hora,

numa paisagem solitária em que me debruço sobre teu olhar.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 16/04/2011
Código do texto: T2913502
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