A PAZ
®Lílian Maial
Quando as almas se despedem,
num murmúrio branco,
os lábios cerram as possibilidades de canção.
Num segundo, a vida.
Simples é a morte.
Não apraz.
Há uma pressa de cuspir espinhos.
É preciso sorver o grito repetidas vezes,
atear o medo na manhã de sonhos violados.
A paz é fugaz.
Fica o caos na cegueira pacífica.
A mão que acena é a que condena,
revolve o coágulo ressequido da gangrena,
pulveriza o ranço dos dias feridos de futuro.
A paz não tem paz.
No meio do dia, o réquiem soturno da noite.
Silêncio de flor e pedra.
Voo maculado de uma pomba.
Manhã natimorta.
Os ossos da cidade recolhem restos de fortuna,
Pathos putrefatos de promessas.
Perdem-se no poente do tempo
os olhares da multidão, corveando mazelas,
que a paz é feita em cacos do passado.
************
®Lílian Maial
Quando as almas se despedem,
num murmúrio branco,
os lábios cerram as possibilidades de canção.
Num segundo, a vida.
Simples é a morte.
Não apraz.
Há uma pressa de cuspir espinhos.
É preciso sorver o grito repetidas vezes,
atear o medo na manhã de sonhos violados.
A paz é fugaz.
Fica o caos na cegueira pacífica.
A mão que acena é a que condena,
revolve o coágulo ressequido da gangrena,
pulveriza o ranço dos dias feridos de futuro.
A paz não tem paz.
No meio do dia, o réquiem soturno da noite.
Silêncio de flor e pedra.
Voo maculado de uma pomba.
Manhã natimorta.
Os ossos da cidade recolhem restos de fortuna,
Pathos putrefatos de promessas.
Perdem-se no poente do tempo
os olhares da multidão, corveando mazelas,
que a paz é feita em cacos do passado.
************