A FACE DO MARINHEIRO

Destino que não tenho nas mãos

Pássaro d’asas feridas

Meu oceano perdido nas sendas do universo

Encontrado e perdido verso

Barco meu de velas enlouquecidas

Estrela da madrugada

Solitário voo da existência inteira

Asas molhadas das lágrimas do desconhecido propósito de Deus

Entre a ave e o espaço se interpõe

O cálculo sem probabilidades das coisas vãs

Daquilo que impede e a dor não mede

Ave nas nuvens olhando em círculos

Ave na escuridão da noite de inverno

Ave do paraíso

Ave sem juízo

De amor enlouquecida

Ave do desespero

Ó, ave, por que teu voo se prolonga

Por que teu sofrimento se alonga

E ela responde sem alento

Eu quero morrer nos braços do mar

Encontrar o corpo do marinheiro

E nele me transformar

Ser uma ave de dois

Em um só corpo diluída

Eu quero ver a face do marinheiro

Bandeira de minha vida

taniameneses
Enviado por taniameneses em 16/04/2011
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