Sombra!
Sombra que cobre minha alma.
Anguiforme, sibilante dorme,
Seguindo os contornos do corpo,
Se acoplado ao meu sonho, fazendo morada,
Seguindo comigo pela estrada.
Sombra áspera, de derme fria... Solitária é,
Mesmo em minha companhia.
Mais deixa suas marcas no cândido semblante,
E transforma num instante,
Em austero... Fazendo-o léxico na tristeza,
Explícito semblante, delator de minha dor...
Meus sonhos mantenho submersos,
Em líquido amniótico,
Sublimado no tempo, esperando o momento.
Que num grito de amor, se abra a madre,
E nasça para salvar-me do passado,
E cresça na presença da realidade...
Batizando de esperança,
A minha cria se torna criança... E vou viver na lua!
Mais a sombra, serpenteia no momento
Se apresenta portando tinta quente
Carmim da boca, ardente... Cor da paixão
E empresta ao pálido rosto,
O rubro de uma nova emoção...
Um sorriso vermelho, refletido no espelho.