Caminhante

Esther Ribeiro Gomes

Caminhante desta vida que célere passa,

em que atalho da estrada perdi o riso, a graça?

Indiferente, o tempo passa, imperturbável,

a esculpir cicatrizes deixadas pela solidão

e marcas de carinho tatuadas no coração.

Fui caminhante de encostas íngremes

e de planícies salpicadas de flores,

onde se perderam amigos, amores...

Em árduos passos me feri nas pedras,

na poeira da estrada joguei fora as ilusões

e fui caminhando, entre tantas emoções!

Agora é tempo de sentir saudades

dos sonhos realizados que ficaram para trás,

de outros sonhos que se perderam no mar

e se enterraram na areia que as ondas vêm beijar...

Mais um outono da minha vida está prestes a chegar

e vai me encontrar em paz, com a alma renovada,

a trilhar passo a passo, uma nova estrada..

Envolta na magia dessa serenidade,

vou sentir o gostinho doce da felicidade!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 16/04/2011
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