Caminhante
Esther Ribeiro Gomes
Caminhante desta vida que célere passa,
em que atalho da estrada perdi o riso, a graça?
Indiferente, o tempo passa, imperturbável,
a esculpir cicatrizes deixadas pela solidão
e marcas de carinho tatuadas no coração.
Fui caminhante de encostas íngremes
e de planícies salpicadas de flores,
onde se perderam amigos, amores...
Em árduos passos me feri nas pedras,
na poeira da estrada joguei fora as ilusões
e fui caminhando, entre tantas emoções!
Agora é tempo de sentir saudades
dos sonhos realizados que ficaram para trás,
de outros sonhos que se perderam no mar
e se enterraram na areia que as ondas vêm beijar...
Mais um outono da minha vida está prestes a chegar
e vai me encontrar em paz, com a alma renovada,
a trilhar passo a passo, uma nova estrada..
Envolta na magia dessa serenidade,
vou sentir o gostinho doce da felicidade!