INVERNO
Quando o dia chegar estarei no zero
À esquerda ou à direita, pouco importa
Os números não revelarão a hora
Não serei a mulher e fugirá a poeta
Nem senhorita ou senhora
Serei aluna
Tereis dedos de tatear desgastados
As mãos alquebradas
Os olhos cegos de perscrutar os sítios da lua
Cansadas as pernas de vagar pela rua
O coração um estojo vazio
E n'alma um interminável frio