(((((...ABANDONO...)))))
Eu voltei por entre as flores da estrada
em direção ao céu aberto - princípio do nada
em cada passo um pensamento vestia-me o corpo
dentre a brisa matreira que versava um ar absorto
como se todo abandono pudesse enfim passar
que o instante era uma canção, que tudo pode mudar
Caminhei por entre montanhas enluaradas
a procura da minha paz desencontrada em tantos nadas
tateando sóis fugidios de lembrança, nos ares de esperança
dentre as tempestades sentidas e a neve florida de bonança
trazendo em punhos a poeira das estrelas e o coração
em talhos e compassos de frutífera ilusão - a paixão!
Num suspiro de não sei que, quase despencando ao chão
nessa vertigem de quilômetros por hora em estação
A vida sobre o prisma sem muita inclinação
buscando na paisagem qualquer braço de consolação
Todos os amores em fiapos eu quisera,
ao invés da cicatriz tecida de primavera
Voltei...ao que deixei nos restos de velhos tempos
ali...Nas noites por sobre os novos edifícios de meus sentimentos
Num estranho conhecido em suas mãos de tempo cativo
um raro instrumento é seu destino: ao regressar já mudo o violino
Agora já não é possível morrer ou,
pelo menos, já não posso fechar os olhos,
aparto o silêncio em lágrimas, e finalmente percebo - me achei .