Chão de lantejoulas

te arranhei com as palavras

as que guardei

as horas foram sumindo

nas asas de uma música lenta

sentados no silencio de nós

uma caipirinha estendida no copo

a alma ansiando por um jardim

que comporta se teu perfume

o salto doía

tropeçando no teu nome

espalhei os lábios

na mesma palavra

queria usar o deslumbramento

dos seus quadris pintados

em confissões de corredor

queria te guardar

como sorriso no retrovisor

como vermelho no meio de tudo

queria me cobrir com sua pele

(te deixando sem corpo)

foi maior que o salão

foi mais que um cigarro

molhei as pedras lisas

com água florida

para rever as borboletas

que inconscientemente descansam

entre seu peito e cintura

entre o perdido e o que virá

(descansar as mulheres em mim assoviando)

Vania Lopez

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 15/04/2011
Código do texto: T2911029
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