Chão de lantejoulas
te arranhei com as palavras
as que guardei
as horas foram sumindo
nas asas de uma música lenta
sentados no silencio de nós
uma caipirinha estendida no copo
a alma ansiando por um jardim
que comporta se teu perfume
o salto doía
tropeçando no teu nome
espalhei os lábios
na mesma palavra
queria usar o deslumbramento
dos seus quadris pintados
em confissões de corredor
queria te guardar
como sorriso no retrovisor
como vermelho no meio de tudo
queria me cobrir com sua pele
(te deixando sem corpo)
foi maior que o salão
foi mais que um cigarro
molhei as pedras lisas
com água florida
para rever as borboletas
que inconscientemente descansam
entre seu peito e cintura
entre o perdido e o que virá
(descansar as mulheres em mim assoviando)
Vania Lopez