POEMA A FERRO E FOGO

Escrevo estes versos e encravo as unhas no ferro

Como se enfim fossem vazados à flor da pele

Quando vejo assim rolar o líquido da insensatez

Acende-se o fogo fátuo dos desejos sopitados

Meus dedos esfolados tentam em desespero a cada vez

Cobrir na barra rebordada o nome em fogo crepitando

Quanto mais tento, em mim se acende do olho do sol afogueado

Os braços, espadas a lancetar agora o peito

Dançam enlouquecidos e ao teu suplício se conjugam

Colam-se uma n’outra as pernas; os pés

Formam buquê de incandescentes rosas

E gira o mundo ao revés

Faltam-me as forças, o ânimo enterro

Pois nem fogo sou

Nem ferro

taniameneses
Enviado por taniameneses em 15/04/2011
Reeditado em 15/04/2011
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