LILASES

Rente o pescoço ao fio da lâmina de uma guilhotina

Fecham-se os olhos no corte da última cena

Invade o paraíso a alma em êxtase

Rola a cabeça pelo chão ensanguentado

Pulsa o coração ainda enamorado

E o semblante se invade de calma repentina

As extremidades lilases em lírios se transformam

Corta a espada a voz da canção antiga

Cantam os anjos a criatura entre o transe e o misticismo

Línguas ígneas emanam de astros em delírio

Navega em espirais a pluma dos sentidos

Na entrega inaudita aos páramos imortais

Supremo instante da diluição do prazer mortal da carne

No líquido ainda borbulhante de martírio

taniameneses
Enviado por taniameneses em 15/04/2011
Reeditado em 15/04/2011
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