SEM CHANCE
Dizimados foram os enganos
O eu nem se apercebeu
Doeu ter me tirado
O eriçado pó
De tua pele
Como policarpos
Que eu preenchia
Com digitais frias
Errante sigo estradas
Entradas variantes
Outras vias distantes
Na selva asfáltica de meus dias
Tento esquecer-te
Transpareço, adormeço
É o preço lato
Que instila espalhado condenado
A língua traz o gosto rançado
Angustiado do veneno tragado
Arranquei-te de mim sem refrão
Há dores fundas capciosas
Que preciso passar gota a gota
Lavando bem com água e sabão
Olhar teu retrato
Como um gato selvagem
E nada sentir... Com olhos vítreos.