Quatro estações Portenhas
Cada passo, já é um caminho.
E o que dizer to tango,
que Heitor e Marianne descrevem,
Sobre o tablado do salão azul?
É tanta torção e músculos tensos,
Que só poderia haver amor, alí mesmo.
Mas o amor não se traduz em gestos.
O amor, este elemento mais denso que o ar,
so se diz, quando desaparece a fala,
e quando o tango se desenvolve marcante,
e traz tendinites e arranhões.
Marianne sempre esteve alí dançando,
à procura de seu par ausente,
mesmo que presente em terno de risca-de-giz,
e charuto cubano.
O para sempre, é instantâneo, e se deintegra,
quando Piazola surpreende o salão,
com suas quatro estações Portenhas.