Quatro estações Portenhas

Cada passo, já é um caminho.

E o que dizer to tango,

que Heitor e Marianne descrevem,

Sobre o tablado do salão azul?

É tanta torção e músculos tensos,

Que só poderia haver amor, alí mesmo.

Mas o amor não se traduz em gestos.

O amor, este elemento mais denso que o ar,

so se diz, quando desaparece a fala,

e quando o tango se desenvolve marcante,

e traz tendinites e arranhões.

Marianne sempre esteve alí dançando,

à procura de seu par ausente,

mesmo que presente em terno de risca-de-giz,

e charuto cubano.

O para sempre, é instantâneo, e se deintegra,

quando Piazola surpreende o salão,

com suas quatro estações Portenhas.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 14/11/2006
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