DIAS MODERNOS

O medo de ir além da terra,

O medo de atravessar dois mundos,

O medo de não fazer parte do mundo,

Do dia, da agonia, da insanidade, da truculência.

A sorte de babar o berço,

A sorte de voltar ao sertão,

A sorte de comer no dia,

A mesa, o prato, a barba, o cabelo.

Em música em arte viveu Zequinha,

A musa do dia papou Alfredo,

A bola de gude, brincou João,

A bola da copa, me deu um milhão.

O ente moderno causou paranóia,

O açúcar dos tempos, entupiu veias,

A gordura que alinha, se dizia saudável,

A tensão da morte, transformou os mortais.