A uma mulher que parece andar nas nuvens

Teu sorriso abole dúvida: feminina!

Com teus lábios o dulçor m’acolhe,

As penas míngüam, sou mais sábio,

Quando tú dás o’acorde e a’harmonia

O sabor e ritmo fácil. Tua voz morde!

Silhueta matutina: onde fica teu paço,

Tão leve -como pode servir de abrigo?

Na nuvem inabalada busco-te’a porta!

De onde vens pantera, sossegada do azul?

Vens bocejando prata, com dentes ebúrneos,

E’o hálito carnudo, rebolando mil eras;

Negra’argentina, fera; e tua beleza acata,

Minha companhia mera’e a graça insensata?

Anseio’sse passo cerúleo! Serei tal prado.

Amplo, sereno: diverso e igual ao céu...

Danilo da Costa Leite
Enviado por Danilo da Costa Leite em 14/04/2011
Código do texto: T2908337
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