A uma mulher que parece andar nas nuvens
Teu sorriso abole dúvida: feminina!
Com teus lábios o dulçor m’acolhe,
As penas míngüam, sou mais sábio,
Quando tú dás o’acorde e a’harmonia
O sabor e ritmo fácil. Tua voz morde!
Silhueta matutina: onde fica teu paço,
Tão leve -como pode servir de abrigo?
Na nuvem inabalada busco-te’a porta!
De onde vens pantera, sossegada do azul?
Vens bocejando prata, com dentes ebúrneos,
E’o hálito carnudo, rebolando mil eras;
Negra’argentina, fera; e tua beleza acata,
Minha companhia mera’e a graça insensata?
Anseio’sse passo cerúleo! Serei tal prado.
Amplo, sereno: diverso e igual ao céu...