CANÇÃO DE INVERNO

CANÇÃO DE INVERNO

Aqui o frio jaz em um eterno

Inverno que se esqueceu de si mesmo...

E não pensa, nem tem forças para acabar...

Aqui onde o vento mordaz sopra um canto

De agonia... agora uma canção melancólica ...

Quase fúnebre, me faz refletir...

Me faz pensar, em ti, em nós e em todos

Os momentos que não vivemos...

Em todos os sonhos que não sonhamos

E todos os sorrisos que não trocamos...

Reflexão vazia e solitária...

Lembranças suas faz-me sentir a exaustão

O sopro divino que em mim circula

Num circuito de dor e amargura...

E conhece-me o divino órgão...

Que debalde se agita ao lembrar teus olhos,

A candura de seus lábios a desabrochar

Num sorriso como a flor virgem desabrocha

Para um dia entornado de sol, banhado de luz...

Tão frio está aqui que os devaneios se enregelam

No hálito triste e sepulcral da noite...

Sua ausência me condena a uma existência fria e vazia

Os animais se refugiam em seus abrigos...

Refugiado em mim, busco você...

Os pensamentos na loucura te perseguem...

Procuram-te... se agitam,

Enlaçam-se e te buscam num emaranhado

De angústias e dores vãs...

Debalde procura de desencontros

Até quando num adeus redimiu-me da vida...

E implantou-me a morte

Frio, silêncio, melancolia é tudo que de minha

Janela observo... sombria e gélida a noite de inverno desvanece

Ouço murmurar seu nome o vento, e o tormento me acrescem,

Não há choro, não há lágrima, não há prece, não há nada

Somente o vento no seu turbilhão com volúpia voraz

Lambe e entristece o coração.

E essa noite última vela-me enquanto desfalece.

Gilmar Faustino
Enviado por Gilmar Faustino em 14/04/2011
Código do texto: T2907777
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