O ELOGIO DA FOME
Maria Luiza Bonini
Ela se compraz e se deleita
Percebe no homem um agir incoerente
Ardilosa permanece na espreita
Ciente de que seu poder é onipotente
Na ganância ávara e sem limites
No egoísmo e egocentrismo ultrajantes
Ela imposta sua efígie diante de pálidas cenas tristes
Como se já fora irreversível vitoriosa petulante
É da fome que surge a guerra e o desespero
Na luta da mãe, ao tentar salvar da fome, o seu rebento
Num mundo em que anônimos heróis,
Sobrevivem a um dantesco inferno
Irmãos miseráveis esquecidos e sem alento
Desesperança desumana que se faz eterna
Fome que se faz ao mundo, surda
Para não ouvir nossos lamentos
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SP .02.01.09