O ELOGIO DA FOME

Maria Luiza Bonini

Ela se compraz e se deleita

Percebe no homem um agir incoerente

Ardilosa permanece na espreita

Ciente de que seu poder é onipotente

Na ganância ávara e sem limites

No egoísmo e egocentrismo ultrajantes

Ela imposta sua efígie diante de pálidas cenas tristes

Como se já fora irreversível vitoriosa petulante

É da fome que surge a guerra e o desespero

Na luta da mãe, ao tentar salvar da fome, o seu rebento

Num mundo em que anônimos heróis,

Sobrevivem a um dantesco inferno

Irmãos miseráveis esquecidos e sem alento

Desesperança desumana que se faz eterna

Fome que se faz ao mundo, surda

Para não ouvir nossos lamentos

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SP .02.01.09

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 14/04/2011
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