SURPRISE

ROSA INGRATA

Minha poesia apodrece nas mãos do tempo

É um espinho velho e duro

Da rosa mais ingrata

A minha poesia morreu

E eu preciso enterrá-la

TUDO EM MIM SECOU

Por um só motivo vomitei poesia até pelos olhos

Tudo em mim secou

A primavera me odeia

E em mim a poesia não tece mais sua teia

MÚSICA

Ainda menina ouvi sua respiração

Nas canções insistentes

Nos alto-falantes da noite escura

Numa longínqua cidade

Junto à estação do trem

ADEUS, MEU AMOR

Adeus, até que o mistério seja revelado

Adeus, meu amor, quando te perdi?

Adeus, aprenderei a duras penas

A cuidar de minh’alma doente

Sem ti

Doravante só o lamento

Das coisas todas em pranto

Da noite perdida

Da existência sem encanto

Doravante só a saudade a campear

A moer a essência castigada

Doravante amar

No vulto desfocado esvaindo-se

Na estrada plácida e impotente

Doravante o amargor inclemente

Doravante

taniameneses
Enviado por taniameneses em 13/04/2011
Reeditado em 13/04/2011
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