O POETA E A CIDADE 31
Numa cidade onde a mentira e a bajulação
É-nos tão família, quase irmão,
Os burros conduzem a massa,
E na praça os bêbados decidem a pauta!
E nessa cidade onde o estrume é de nós tão comum ato,
O habito é,
Corromper-se mas rápido,
Ensinado de cima pra baixo.
Mas o deus não nos esquece!
Pois, pra tanta lama que nos aparece,
Me pego não só nas preces,
Mas nas águas santas que nos lavará dessas prestes.
Numa cidade onde a mentira e a bajulação
É-nos tão família, quase irmão,
A culpa é quase de todos,
Embora o choro não.