DESARME-SE (e se entregue! até quando?)
Todo dia
É dia de nascimento
O sol de frente poente
E o que passou são sombras
Que ficaram atrás da mente
Repousam agora na escuridão
Sumida da gente
No Porão-subtração
Do esquecimento subjacente...
Todo dia é dia
De morrermos reinando em covas
De pisarmos em granadas
Espalhadas pelos pós do chão sovado
Das trincheiras de calçadas
É noite no firmamento
É apagamento de estrelas
Um despejo de sentimento
Um parto banido nascente de bandidos
Um susto instantâneo parido
No peito sanguinolento
Que grita diante da caótica banalidade
Em ver o morto aurido abatido
Estendido no chão
Todo dia até quando
Ululam ventos frios?
Das ventas psicóticas dos usurpadores
Até quando toturadores nos esfolam
Vivos e deixa a carcaça
Apodrecendo em matas e
Em mangais de "mosquezais" até quando?
Até quando
Estará tudo a contento?
Até quando será dia de movimento?
De sustentarmos a gravidade do enorme peso
De estarmos vivos e de pé?
Até quando?