QUE HORAS SÃO?

Andei tanto por estas estradas
que nem sei mais que horas são
dirijo meus pés anciões
em direção ao horizonte
onde a vista cansa
de tanto tentar enxergar
mal vejo o por do sol
mal ouço as cotovias
e pelo passar dos dias
me acompanha, sombra amiga
nas tardes de inverno
nas brisas de final de dia
me contento em saber
que não é somente
as vontades arredias
que conduzem em teimosias
meu corpo de dor e tédio
é também algo perdido
em algum canto da alma
que eu ouso, em pura calma
chamar de esperança
vou, com ela, com a teima
com o coração que queima
junto com meus pés
de andarilho maltrapilho
de vez em quando
ao olhar pro lado
me permito ver de relançe
um figura apatica
assim como a minha
mas é só de vez em quando
de outras
sigo, vou, fujo, busco
algum lugar que nem sei onde
nem porque e nem quando
pois nem sei que horas são.
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 12/04/2011
Código do texto: T2905469
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