Vazio

Algo me falta e é sofrido.

Uma falta antes já sentida,

E que por mais que repetida,

É um vazio desconhecido.

Uma falta que sempre senti,

Desde que eu me formei gente.

E algumas vezes já preenchi,

Acreditando que estaria ausente.

Mas sempre faço o regresso!

E volta a falta que não conheço.

Será que a falta muda o objeto?

Ou será um mero recomeço?

Ah! Tenho um vazio anônimo!

Um espaço triste, em branco.

Um buraco sem antônimo!

Equação divina de desencanto.

Ah! Meu vazio muda de forma e de cor.

Do colorido, ao branco, ao preto ou incolor.

Até parece trocar de rosto.

Meu vazio muda até o brilho e o cheiro.

Transforma tudo, quase por inteiro!

Mas nunca muda de gosto.

14 de abril de 2011.

Igor Tenório Leite
Enviado por Igor Tenório Leite em 12/04/2011
Código do texto: T2904581
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.