Vazio
Algo me falta e é sofrido.
Uma falta antes já sentida,
E que por mais que repetida,
É um vazio desconhecido.
Uma falta que sempre senti,
Desde que eu me formei gente.
E algumas vezes já preenchi,
Acreditando que estaria ausente.
Mas sempre faço o regresso!
E volta a falta que não conheço.
Será que a falta muda o objeto?
Ou será um mero recomeço?
Ah! Tenho um vazio anônimo!
Um espaço triste, em branco.
Um buraco sem antônimo!
Equação divina de desencanto.
Ah! Meu vazio muda de forma e de cor.
Do colorido, ao branco, ao preto ou incolor.
Até parece trocar de rosto.
Meu vazio muda até o brilho e o cheiro.
Transforma tudo, quase por inteiro!
Mas nunca muda de gosto.
14 de abril de 2011.