Muralhas de meu ser(Poema 8)
Vasculho as muralhas que se erguem
Diante de mim, são tão altas, fortificadas
E escarpadas, um passo nem sonho
Em dar, a muralha cansa minha vista,
Olho-a apenas por mero desespero de transpô-la.
Que farei para que a atravesse ileso?
Um pulo nem mesmo pode ser realizado.
As muralhas de minha alma
Crescem dentro de complexos estranhos e banais.
São mundos de distancia e visões nubladas.
Demolí-las é reduzir meu ser a tudo, nada, coisa alguma...
Nada tolo, não há encruzilhadas que possam
Detê-las, as muralhas de meu ser são fixismos
Concentrados em energias plurais de irrealizações míticas.
Plenilúnios de séculos de imobilidade, as muralhas
Corroem-se em imutáveis mudismos e pensamentos abstrusos.
A muralha de meu ser é apenas uma
Vaga e imprecisa forma de um horizonte divino.